Poema à Mãe
Quando chegaste deram-te cura Mas foi sol de pouca dura Era preciso saír dali O mais depressa possível Encontrar um abrigo Para as mazelas sofridas Julguei-te protegida A curar- se ali Engano meu Má sorte para ti Encaixaram-te num quarto Onde o sol se metia todo ali O teu semblante calmo, Sereno, repousante Que força era essa, mãe Que tinhas nos braços ? Nem um gemido, nem um ai... Apanharam o deslize E trataram logo de ti Injetaram o quê?! Que diabo fizeram contigo? Logo tu que querias viver mais Mas eles não pensaram assim Querias te levantar da cama E fugir dali ? Mas eles nunca permitiriam Passaste a ser uma presa fácil A cura ? A injeção letal ! No corredor da morte Como se respirar fosse um crime Estoiraram a tua massa encefálica E eu fiquei a ver... O meu coração angustiado Como um louco desorientado Que te estão a fazer...