Verso livre
O sol saiu à rua numa manhã
deslavada
Tangiu as paredes da casa,
o jardim e a estrada
O dia finalmente acordado
com atraso de uma hora
mas que fazer?
Uma das janelas foi aberta
O clarão estendeu-se quarto adentro,
lambeu paredes, portas , cadeiras, móveis
Menos as mãos paradas enregeladas
tremuras de frio e de fraqueza
labios juntos e finos
numa linha incerta e horizontal
num equilíbrio desorientado
O silêncio das horas paradas
suspenso por um campo de grilhos
O querer sem saber o que quer
A confusão dos momentos
parece esfumada em neblina
nessa imensidão de memórias
amalgamadas...
dentro de si, apertadas
As minhas mãos quentes
onde agora moras.
Lindíssimo! Que haja sempre algumas mãos quentes, que dêem algum calor aos ambientes.
ResponderExcluirBeijinhos.