Escutar noturno I

 Ouço-te respirar 

Num compasso incerto

Ora  pesado, ora lento, ora acelerado

Aflijo-me! 

É … um estertor soprado , barulhento 

Ofegante , 

Engasgado, sibilante 

Em nenhuma noite semelhante !

O teu corpo remexe , espreguiça, encolhe , estica…

Há em ti uma inquietação

Um desassossego 

O teu rosto sem cor 

Um pálido pincelado de tom alvo, amarelado

A cabeça rola perdida

Sobre a almofada 

Abres os olhos azuis esverdeados 

fixas-me de um outro tempo

De um tempo que vem de dentro de ti

E encontras-me aqui

Pestanejas sorridente, vejo-te como sempre

A submergir e a regressar 

A submergir e a regressar

Voltas para mim. 

Que bom ter-te aqui. 

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